EJERS inaugura centro de formação e aperfeiçoamento em novo prédio do TRE-RS

Espaço também recebeu palestra sobre o papel da mulher na sociedade com a escritora Letícia Wierzchowski

Espaço também recebeu palestra sobre o papel da mulher na sociedade com a escritora Letícia Wier...

A Escola Judiciária Eleitoral do Rio Grande do Sul (EJERS), em parceria com o Memorial da Justiça Eleitoral Gaúcha e com apoio da Comissão de Participação Feminina do TRE-RS, realizou a inauguração do Centro de Formação e Aperfeiçoamento Ana de Barandas, no Edifício Assis Brasil, nesta segunda-feira (26). O local será usado para capacitações, reuniões e palestras para servidores e juízes. O evento contou com uma palestra da escritora Letícia Wierzchowski, destacando o papel da mulher ao longo da história. A convidada é autora, dentre outros, do livro “A Casa das Sete Mulheres”.

A cerimônia de inauguração iniciou com um discurso da presidente do TRE-RS, desembargadora Marilene Bonzanini, que descerrou a placa de identificação do local logo em seguida. Além de ressaltar o prestígio em inaugurar mais uma sala no novo prédio, a presidente comentou que o nome escolhido vai ao encontro das ações da instituição. “O nosso Tribunal também está incentivando a participação feminina em todos os setores e, por isso, em homenagem a uma escritora, foi escolhido esse nome”, afirmou.

Ana de Barandas, pioneira e porto-alegrense

A desembargadora Marilene Bonzanini também apresentou brevemente a trajetória de Ana da Fonseca Barandas. A escritora nasceu em 8 de setembro de 1806 em Porto Alegre. Em 1822, casou-se com o advogado português José Joaquim Pena Penalta, do qual se divorciou em 1843. Ana assumiu, então, a manutenção das filhas, o que era considerada uma responsabilidade masculina no século XIX. “Uma lembrança saudosa” é a crônica que assinou em 1837, demonstrando sua tristeza diante da destruição, pelos farroupilhas, do sítio Belmonte, onde passou sua infância. Já em 1845, teve o livro “O Ramalhete ou Flores Escolhidas no Jardim da Imaginação” publicado pela tipografia Fonseca. Em 1863, Ana faleceu em Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro.

No local do evento, parte deste percurso da pioneira no cenário literário do país podia ser visto na exposição do Memorial da Justiça Eleitoral Gaúcha, assim como dados históricos sobre a participação das mulheres no processo eleitoral.

A coordenadora da EJERS, Débora do Carmo Vicente, explicou que Ana foi uma vanguardista na defesa da participação das mulheres na política. Ela também revelou uma curiosidade: a Escola conseguiu entrar em contato com um dos descendentes da homenageada, Guilherme Barandas. Por e-mail, ele agradeceu e destacou que “não há lugar melhor que um espaço no seio da democracia, que é a Escola Judiciária Eleitoral, para devida homenagem”.

Mulheres como protagonistas da história

A conversa seguiu com a escritora porto-alegrense Letícia Wierzchowski. A convidada esclareceu de onde veio sua inspiração para o livro “A Casa das Sete Mulheres” e contou histórias da Revolução Farroupilha por trás desta narrativa histórica e ficcional. “Quando comecei a pesquisar sobre essas mulheres, elas eram nada”, confessou ao explicar que pouco ou nada se sabia além das datas de nascimento e morte das mulheres envolvidas na guerra. Na obra, a autora traz uma visão das personagens femininas sobre o que se desenvolveu e mostra o que empenharam de força, estratégia e sutileza para manter uma normalidade em suas vidas.

“Um Farol no Pampa” e “Travessia”, continuações de “A Casa das Sete Mulheres”, também foram lembrados por Letícia. Ela relatou como surgiram as ideias para estas obras. Na primeira, a história das personagens femininas de “A Casa das Sete Mulheres” voltou à tona. Já na segunda, o casamento entre Giuseppe e Anita Garibaldi é explorado pela escritora em mais um romance histórico. “Essas mulheres me emocionam, se a gente não contar essas histórias, elas se perdem”, pontuou.

Os servidores fizeram considerações ao longo da conversa. Questionamentos sobre o processo criativo, a trajetória e os autores preferidos da escritora surgiram, assim como qual ela acredita ser o atual papel da mulher. “Se posicionar determinadamente sobre aquilo em que ela acredita”, disse ao falar sobre educação, respeito e igualdade de gênero. “Mulheres têm que ter os mesmos direitos, se têm os mesmos deveres [que os homens]”, concluiu.

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Texto e imagem: Isadora Garcia
Supervisão: Jônatas da Costa
Coordenação: Cleber Moreira
ASCOM/TRE-RS

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