O Caso do Homem Errado
Acompanhe a série de publicações de memórias que ajudam a contar a história da justiça brasileira e o seu papel na evolução da sociedade

Na década de 1980, o episódio policial conhecido como "O Caso do Homem Errado" ganhou forte repercussão frente à opinião pública por envolver a execução de um homem negro e epiléptico, por parte de militares estaduais.
Na noite do dia 24 de maio de 1987, um supermercado de Porto Alegre foi invadido por cinco indivíduos que assaltaram o estabelecimento. Rapidamente, viaturas da Brigada Militar (BM) chegaram para atender a ocorrência. Próximo ao local, encontrava-se caído um homem (Júlio Cesar de Melo Pinto), que sofrera um ataque epilético, ferindo o rosto ao cair na calçada e sujando suas roupas com o próprio sangue. Os policiais militares, que perseguiam os assaltantes, avistaram Júlio Cesar rodeado por populares e o confundiram com um dos fugitivos. O homem foi detido e colocado no banco traseiro da viatura automóvel, sendo removido do local com poucos ferimentos.
As viaturas, conduzindo os feridos, deslocaram-se juntas em direção ao Hospital de Pronto Socorro, no entanto, duas desviaram da rota, seguindo até um local onde os policiais executaram um dos assaltantes e o operário.
O caso chegou a público na manhã seguinte pelo jornal Zero Hora, que retratara o homem consciente dentro da viatura. Nos registros seguintes, feitos pelo mesmo jornalista, Júlio Cesar aparece morto sobre uma maca, já no HPS.
Coube à Justiça Militar gaúcha o julgamento desse rumoroso caso. Ao final, nove militares foram condenados (com penas de 12 a 14 anos de reclusão) e um militar restou absolvido.
Discussões como essa farão parte do III Encontro Nacional da Memória do Poder Judiciário, a ser realizado em maio de 2023 no Rio Grande do Sul.
Discussões como essa farão parte do III Encontro Nacional da Memória do Poder Judiciário, a ser realizado em maio de 2023 no Rio Grande do Sul.
O III Enam é organizado pelos tribunais @trt_rs, @tjrsoficial, @tjmrsoficial, @tre_rs, @trf4_oficial e pelo @cnj_oficial.
Redação: Roberto Carlos Raymundo, com informações do TJM-RS (Tribunal de Justiça Militar do RS)
Edição de imagens: Helena Ozório Brum (estagiária de jornalismo)
Revisão: Jefferson Wilson
Coordenação: Cleber Moreira
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