Ocorreu ontem (18), o evento "25 Anos do Simulado de Caxias do Sul: A Urna Não Assusta!" que trouxe o resgate histórico dos primeiros passos para a implementação da urna eletrônica e do sistema eletrônico de apuração, transformando o município da serra gaúcha no palco do maior teste do sistema realizado até então. O encontro virtual foi transmitido, ao vivo, pelo canal do TRE Gaúcho no Youtube e teve como mestres de cerimônia os servidores da Justiça Eleitoral, Leandro Bertolo e Rodrigo Aguiar.

Na abertura, o presidente do TRE-RS, desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa, agradeceu a presença dos participantes e cumprimentou a iniciativa do evento, relembrando o protagonismo de Caxias do Sul no desenvolvimento do processo eleitoral na forma eletrônica. Em seguida, o magistrado falou em defesa da urna: "Com a urna eletrônica nós temos certeza de que o voto votado é o voto apurado. A urna eletrônica, o seu programa, a sua apuração, é plenamente auditável. Não podemos aceitar a confusão que se propõe a fazer entre votação e apuração auditável e a votação impressa. A tranquilidade e segurança que nós temos no processo de votação e apuração devemos ao sucesso da urna eletrônica.", apontou.

Em seguida, a palavra foi passada ao ex-secretário de Tecnologia da Informação e ex-assessor de Planejamento Estratégico do TRE-RS, Jorge Lheureux de Freitas, integrante da comissão nacional que delineou o voto eletrônico. Freitas deu um depoimento sobre como funcionou o simulado de Caxias do Sul, relembrando os testes que haviam falhado antes do simulado, que fecundou aquilo que credenciaria a urna eletrônica como o sistema de votação brasileiro. Dando continuidade ao depoimento, ele explicou como funcionou a idealização, planejamento e execução do simulado, citando a participação de todos os envolvidos no processo. Por fim, Jorge lembrou como era o ambiente da cidade na época, e a preparação que ocorreu: "Fizemos reuniões estratégicas para colocação e cargas de urnas, conversas com as comunidades, confecção de títulos fictícios. O eleitor chegava e se sentia em uma eleição. Um dos grandes desafios foi conseguir perceber como o eleitor se portava durante uma votação eletrônica. Nós conseguimos um número muito expressivo de pessoas votando, tão expressivo que nenhum outro simulado conseguiu números de votantes tão grandes quanto aquele".

Na sequência, o servidor do TRE-RS, Andrei Giacomini de Almeida, resgatou a lembrança dos testes que precederam o simulado de Caxias do Sul e que serviram de aprendizado antes de sua realização. Almeida lembrou do comparecimento de autoridades nacionais, de representantes de todos os tribunais regionais, do TSE, da imprensa brasileira e da comunidade que comprou a ideia na época. Ele também ressaltou a divulgação do evento, que fomentou o envolvimento da população na votação, resgatando o momento do encerramento da simulação: "A fila de eleitores era imensa, então demos carga em outra urna para que os eleitores que aguardavam não ficassem frustrados. Eu fiz o processo de encerramento, gerei o boletim de urna e aí o momento mais simbólico de todos, quando o Ministro Paulo Costa Leite pega o boletim de urna, levanta ele e afirma que 'vai haver eleição eletrônica no Brasil'".

Continuando o debate, foi a vez da Dra. Martinha Terra Salomon, juíza eleitoral em Caxias do Sul à época, que relembrou a mobilização da comunidade para a realização do teste, ao qual considerou vitorioso e que demonstrou a consolidação da urna eletrônica como um método de votação moderno, seguro e sem fraudes. A magistrada recordou da dedicação de todos para que o processo funcionasse: "Eram todos unidos, não importava a cor da bandeira. As pessoas estavam torcendo para que desse certo, mesmo com ideologias, pensamentos, ideais diferentes, todos estavam juntos. Não se viu nada de disputa, agressões, afrontes, ameaças e difamações. Foi uma confraternização, uma disputa bonita [...] Era bom de se ver a ausência do ódio pelo contrário, pelo diferente.”, ela aponta.

Ao final, os participantes reforçaram a importância do legado que o simulado de Caxias do Sul deixou para as eleições posteriores, reafirmando a confiança colocada na urna eletrônica e destacando a união de todos os envolvidos que tornaram e ainda tornam possível a realização das eleições no Brasil.

Texto: Murilo Rodrigues
Supervisão: Daniel Campos
Coordenação: Cleber Moreira

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